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Prumadas Elétricas

As Prumadas Elétricas são as instalações verticalizadas, incluindo-se os condutores, que partem do Centro de Medição e vão até os quadros elétricos das Unidades consumidoras (apartamentos ou conjuntos comerciais). Geralmente são compostas por eletrocalhas, eletrodutos verticais e horizontais ou ainda shafts (aberturas verticais para passagem de estruturas). Alternativamente, para alguns usos específicos, também podem ser constituídas por barramentos blindados (bus-way).

Normalmente negligenciada, a manutenção destas Prumadas Elétricas é fundamental para a qualidade do fornecimento de energia elétrica e, sobretudo, a segurança do imóvel e de seus usuários.

Prumadas Elétricas

Figura 1: Caixa de passagem em que se constata o estado precário das Prumadas Elétricas – fios e cabos de diferentes bitolas, com emendas irregulares, sem identificação das Unidades ou padronização. Além de dificultar eventual manutenção, implica-se em grave risco às instalações.

A substituição das Prumadas Elétricas pode se mostrar necessária por uma série de motivos, dentre os quais destaca-se a capacidade obsoleta de muitas instalações elétricas antigas em atender às demandas atuais de energia. É comum a situação – irregular - em que o usuário, diante dos constantes desligamentos de energia devidos à sobrecarga, troque os dispositivos de proteção por outros de maior capacidade, como o exposto na figura 2.

Prumadas Elétricas

Figura 2: Exemplo de situação encontrada – no Centro de Medição da edificação, ficam os Dispositivos de Proteção Individual das Unidades; neste caso, observa-se um disjuntor superdimensionado – de 80 A - totalmente incompatível com a capacidade de condução de corrente das Prumadas Elétricas. Perde-se, assim, a função de proteção aos condutores que o dispositivo deveria exercer.

Os disjuntores termomagnéticos, dispositivos mais utilizados na proteção geral dos condutores das Prumadas, tem sua ação baseada em dois princípios: o térmico e o magnético. Basicamente, o térmico tem ação voltada à sobrecarga, ou seja, ao uso prolongado acima da capacidade da instalação. Assim, se um determinado usuário exigir 50 A e a instalação estiver preparada para fornecer somente 40 A, o disjuntor desarmará depois de um determinado tempo. É importante frisar que a ação contra sobrecarga não é necessariamente imediata: no caso acima, o dispositivo pode demorar mais de 10 minutos até atuar. O princípio magnético, por sua vez, oferece proteção contra curtos-circuitos, em que se atinge várias vezes a corrente nominal dimensionada do circuito. Neste caso, a ação é instantânea. Prumadas Elétricas

Figura 3: Curva do tipo C de disparo em função do tempo de disjuntores termomagnéticos

A situação da figura 2, portanto, é gravíssima: ao utilizar um dispositivo muito acima da capacidade da prumada elétrica, elimina-se sua função de proteção. Assim, o usuário pode demandar uma corrente acima da capacidade segura, pois o disjuntor não atuará. Isto pode ocasionar danos à isolação dos condutores, podendo até mesmo causar incêndios em todo o edifício, dado o sobreaquecimento produzido e a disposição verticalizada das Prumadas.

É importante frisar que tanto o Centro de Medição quanto as Prumadas Elétricas são de responsabilidade única e exclusiva do Condomínio, bem como sua manutenção. Isto significa que o condômino não pode alterar ou fazer reparos a estes elementos da edificação. A prumada elétrica apenas atende à Unidade, mas não é de sua propriedade ou responsabilidade. É equivalente à coluna de água, que também atende à Unidade, mas sua manutenção e conservação são de responsabilidade do Condomínio.

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Figura 4: Localizadas no Centro de Medição, as caixas porta-bases contêm Dispositivos de Proteção Elétrica cuja função é proteger as Prumadas Elétricas em casos de sobrecarga ou então de curtos-circuitos.

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Figura 5: Na imagem, cabos partem do Centro de Medição e são conduzidos pela eletrocalha, antes de iniciar o percurso vertical para a distribuição elétrica.

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Figura 6: Exemplo de nova infraestrutura para as Prumadas Elétricas, em um duto de lixeira desativado. Esta é uma alternativa quanto constata-se a impossibilidade de uso das tubulações anteriores, seja por diâmetro insuficiente ou por eventual obstrução.

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Figura 7: Exemplo de barramento blindado (bus-way) (Fabricante MEGABARRE)

QUEDA DE TENSÃO NAS PRUMADAS ELÉTRICAS

Equipamentos elétricos, como os eletrodomésticos, computadores, televisores, etc., possuem uma tensão nominal de funcionamento, isto é, estes dispositivos foram projetados para funcionar com um valor específico de tensão (“voltagem”), com uma pequena faixa de tolerância. Quando esta faixa de tensão não é respeitada, existirá algum tipo de prejuízo: o aparelho não funciona corretamente, há um consumo maior de energia ou até mesmo pode ocorrer sua avaria. A queda de tensão nas instalações pode ser uma das causas do descrito acima, embora muitas vezes seus efeitos sejam negligentemente desconsiderados.

Os cabos elétricos, barramentos e outros componentes condutivos das instalações possuem uma impedância (“resistência” elétrica), ainda que relativamente baixa. Isto significa que esta oposição à passagem de corrente se traduz em uma queda de tensão naquele trecho em estudo. De maneira simplificada, quanto maiores as distâncias, maior tende a ser a queda de tensão, pois maior será a resistência nestes percursos. Assim, adotam-se condutores de maior seção nominal (e, portanto, menor resistência) para evitar este problema.

Por exemplo, para um apartamento no primeiro andar e outro no décimo de um edifício, é comum adotar-se, para uma mesma disponibilidade de energia, cabos elétricos de diferentes espessuras: dado o fato da distância ser consideravelmente maior para o décimo andar, deve-se adotar um condutor de maior seção, para minimizar o efeito de queda de tensão.

Vejamos a imagem a seguir:

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Figura 7: Na porção superior, um diagrama unifilar de uma instalação genérica; na inferior, um gráfico da queda de tensão nos diferentes pontos da instalação. Adaptado de COTRIM.

Na figura 7, é possível observar a queda de tensão ao longo de uma instalação elétrica dimensionada incorretamente. Considera-se, como referência, a tensão fornecida no secundário do transformador. Da origem da instalação, isto é, o ponto de entrega da energia elétrica pela Concessionária, ao Quadro Geral da edificação, observa-se a queda de 0,92% na tensão nominal, o que significa 2 V. Tem-se, neste ponto, uma tensão de 218 V. Já no circuito terminal, por sua vez, observa-se uma queda de 15% em relação à tensão do secundário do transformador, o que significa uma tensão de 205 V.

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Figura 8: Transformador de distribuição

A norma ABNT NBR 5410:2004, em seu sub-item 6.2.7, dita os limites de queda de tensão em Instalações Elétricas de Baixa Tensão:

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Figura 9: Trecho da norma ABNT NBR 5410:2004

Na maioria dos casos, aplica-se o descrito em c), dado o ponto de entrega geralmente estar localizado no limite do imóvel. Deve-se, portanto, ter em conta no projeto que, em qualquer ponto da instalação, a queda de tensão não deve superar 5% em relação à tensão nominal de fornecimento.

O dimensionamento correto dos condutores é fundamental para o bom funcionamento das instalações e a qualidade da energia elétrica, já que, quando esta queda de tensão supera os 5% previstos, podem ocorrer problemas em sua utilização, como o aquecimento excessivo de equipamentos, principalmente aqueles que possuam motores, levando-os ao mau funcionamento, consumo elevado de energia e até mesmo à queima.

Quanto a aparelhos eletrônicos, como computadores, televisores, decodificadores de TV a cabo, roteadores de internet (Wi-Fi), etc., observa-se o funcionamento intermitente, isto é, ora funcionam, ora não, além de abreviar-lhes a vida útil e, eventualmente, danificar-lhes.

SÍNTESE

As Prumadas Elétricas constituem elemento fundamental das instalações elétricas de uma edificação e, como tal, não devem ser poupados recursos para assegurar-lhes segurança e eficiência, seja no dimensionamento ou na qualidade dos cabos escolhidos. É importante lembrar que é uma escolha que perdurará por décadas. Por isso, é essencial contar com o auxílio de um profissional qualificado, que evitará prejuízos, como o de danos a equipamentos, e garantirá a segurança das instalações.

REFERÊNCIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Versão Corrigida. Rio de Janeiro, 2008.

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.


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